quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Vc repórter: atração em SC, trem está parado há mais de um ano

08/01/2013 - Terra

Construída em 1920, a Maria Fumaça de Apiúna era usada para passeio turístico, e está há mais de um ano fora de funcionamento
Foto: Jaime Batista da Silva / vc repórter

Revitalizada em 2009 para resgatar a história ferroviária, a locomotiva Maria Fumaça de Apiúna, que operava em um trecho de 2,8 km da cidade que dá nome à atração, em Santa Catarina, está há um ano e quatro meses parada para o público.

Desde setembro de 2011, quando fortes chuvas causaram deslizamentos ao longo do percurso, e expirou a licitação que permitia o funcionamento da locomotiva, os visitantes perderam a chance de passear pelo trecho remanescente da antiga estrada de ferro inaugurada no início do século XX em um trem construído em 1920.

Segundo Luiz Carlos Henkels, representante do núcleo do Vale do Itajaí da Associação Brasileira de Preservação Ferroviária (ABPF), responsável pela manutenção da locomotiva, são vários os obstáculos que barram a volta da Maria Fumaça.

"A locomotiva é da ABPF, e a Fundação Tremtur era mantenedora da ferrovia. O projeto foi colocado em prática em uma parceria entre órgãos. Mas a Tremtur desistiu de investir no projeto após o fim da licença provisória. A ABPF está tentando renovar a licença, mas a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) tem uma série de critérios que dificultam o retorno", conta Henkels.

"A ANTT exige uma estação de embarque, e não apenas uma plataforma, como a que tínhamos inicialmente, além de acesso a cadeirantes e a construção de um retorno no ponto final, já que antes a locomotiva chegava ao fim do percurso e fazia o caminho de volta de ré para retornar ao ponto de origem", diz ele.

Sem uso, a plataforma encontra-se abandonada, com sinais de deterioração. A locomotiva e o trecho da ferrovia só estão em boas condições devido ao trabalho de voluntários da ABPF.

"Por ser um trabalho voltado para o resgate da memória da história ferroviária, e não um ponto turístico, o projeto abria ao público um domingo por mês, e mesmo assim, atraíamos 800 pessoas por dia, gerando dinheiro para a manutenção da locomotiva e da ferrovia", disse Henkels.

Sem a verba dos turistas, a ABPF tenta agora uma nova licença, para abrir a atração ao público, e arrecadar o dinheiro necessário para as melhorias exigidas pela ANTT. "Vamos tentar negociar também com o novo prefeito por apoio", conta. Segundo ele, a construção de um retorno para o trem deve custar cerca de R$ 130 mil.

O internauta Jaime Batista da Silva, de Blumenau (SC), participou do vc repórter, canal de jornalismo participativo do Terra. Se você também quiser mandar fotos, textos ou vídeos, clique aqui.

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