quinta-feira, 22 de julho de 2010

Indefinição atrasa trem de Paranapiacaba


21/07/2010 - Folha de S. Paulo

Programado para entrar em operação no último dia 4 de julho, o expresso turístico de Paranapiacaba até hoje não entrou nos trilhos.
A história se arrasta desde 2008, quando foi feito o primeiro anúncio de que o trem turístico faria a ligação entre a estação da Luz e a vila ferroviária. Há um jogo de empurra entre a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos, o Estado e a Prefeitura de Santo André --Paranapiacaba é distrito do município.
A CPTM diz que o expresso não começou a rodar porque as obras da plataforma provisória de embarque e desembarque na vila não foram concluídas pela prefeitura.
A Folha esteve ontem em Paranapiacaba e constatou que a plataforma de fato está incompleta. Faltam cobertura, piso tátil para evitar quedas e escorregões, gradil de segurança para evitar quedas e obras de paisagismo.
A Prefeitura de Santo André afirmou que a obra de construção da estação "está de acordo com o cronograma de trabalhos". Disse ainda que houve "incompatibilidade de agendas entre a prefeitura e o governo do Estado".
Questionada por que o passeio não foi inaugurado sem a presença do governador Alberto Goldman (PSDB), a assessoria disse que o Estado é parceiro no projeto e tem de estar presente à inauguração. Já a assessoria de Goldman diz que o atraso se deve mesmo à não conclusão da plataforma. A nova previsão de entrega, diz o Estado, é até o fim do mês.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Projeto valoriza trens turísticos



20/07/2010 - Agência Sebrae de Notícias
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Trem do Corcovado (RJ) leva turistas até o Cristo Redentor


Embarcar para uma viagem em trens antigos que percorrem paisagens deslumbrantes, passam por cenários da história brasileira ou ressaltam características culturais. Valorizar esse itinerário turístico é a proposta de um projeto que visa a recuperar linhas como a do Trem do Corcovado (RJ), Trem do Pantanal (MS), o Trem do Forró (PE) e o Trem da Serra do Mar (SC).
No total, são 24 linhas que serão recuperadas ou revitalizadas também nos estados da Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul, dentro do projeto “Desenvolvimento da Competitividade e Gestão das Operadores e Empreendimentos de Trens Turísticos”, uma parceria entre o Sebrae e Associação Brasileira dos Operadores de Trens Turísticos e Culturais (ABOTTC).
Representantes de entidades como o presidente da Federação Nacional dos Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares, Alexandre Sampaio, o vice-presidente do Conselho de Turismo da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, Eraldo Alves da Cruz, representantes de prefeituras e profissionais de turismo foram convidados, segunda-feira (19), para conhecer mais detalhes do projeto, em reunião no Centro de Referência do Artesanato Brasileiro (CRAB) do Sebrae, na praça Tiradentes, Centro do Rio de Janeiro.
“Neste momento de retomada, em que o País vai receber uma sequência de eventos como a Copa e os Jogos Olímpicos, esse convênio vai propiciar um avanço desse segmento turístico. Essa é mais uma grande oportunidade para cumprir sua missão”, avaliou o diretor técnico do Sebrae no Rio de Janeiro, Evandro Peçanha. “O País tem muito a ganhar com os trens turísticos, com a valorização de diversos aspectos culturais e promoção do desenvolvimento”, ressaltou o presidente da ABOTTC, Sávio Neves.
O projeto conta com um orçamento de mais de R$ 2 milhões e o calendário de trabalho prevê uma série intensa de atividades para os próximos dois anos, como oficinas de gestão, consultorias, pesquisa diagnóstica dos empreendimentos e mensuração dos resultados. As ações do projeto serão norteadas pela necessidade de articular os diferentes atores, como empresários, dirigentes e profissionais do turismo para a necessidade de modernizar a atividade, com foco na qualidade empresarial.
A estimativa do setor de turismo é que existam cerca de 700 empreendimentos nos pontos de paradas, estações de embarque e desembarque no entorno, o que envolve também agregar produção associada como artesanato, souvenir e gastronomia.
“Este é um projeto de valorização da arquitetura, turismo e das vivências. Além de estimular os pequenos negócios, que vão ganhar mais qualificação, representa também a inclusão de muitos trabalhadores como Empreendedores Individuais. As viagens de trens são muito atrativas e podem contribuir significativamente para um maior desenvolvimento do ambiente econômico local”, ressaltou o gestor do projeto pela ABOTTC, Luiz Carlos Barboza.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Turismo de trem será prioridade


16/07/2010 - Estado de Minas/UAI

O transporte ferroviário entrou para rota de investimentos e apostas do turismo nacional. Os trens estão a todo vapor nos projetos do Ministério do Turismo para alavancar a atividade no país. A preocupação do setor é de investir em mão de obra, já que muitos projetos estão na gaveta por falta de profissionais qualificados. O Brasil tem uma malha ferroviária de 30 mil quilômetros, nos quais são operados 20 trens destinados ao turismo – quatro em Minas Gerais. Nos últimos cinco anos, o ministério investiu R$ 17 milhões em infraestrutura ferroviária.
Nesta sexta-feira, vai ser inaugurado em Santos Dumont, Zona da Mata, o Centro de Excelência em Transporte Ferroviário do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas Gerais (Ifet), no câmpus avançado da cidade. O novo câmpus vai ocupar uma área de cerca de 30 mil metros quadrados. Serão oferecidas vagas para os cursos de técnico em transporte ferroviário, eletrotécnica, mecânica, transporte de carga, em conservação e restauração. “Temos feito esforço grande para recuperar os chamados trens turísticos, que podem ser um produto em várias regiões do país”, afirma o ministro do Turismo, Luiz Barretto, que participa nesta sexta-feira da aula inaugural do curso técnico em ferrovia do Ifet. Ele ressalta que o objetivo é recuperar não só o transporte de carga como também turístico. O primeiro curso da nova unidade será o de técnico em transporte ferroviário, que conta com 35 alunos. As aulas começarão na segunda-feira.
O Brasil vive hoje uma carência de mão de obra qualificada no segmento ferroviário. “Essa escola de Santos Dumont vai ter impacto direto na atividade. Hoje, falta mão de obra especializada. Muitas vezes, temos dificuldade de colocar um projeto ferroviário para funcionar por falta de profissional qualificado. Os técnicos que serão formados vão servir não só para a área turística, como também transporte de cargas”, avalia Barretto. O ministro afirma que a escola de Santos Dumont vai ajudar o governo no esforço para recuperar a ferrovia como meio de transporte. “E o turismo quer aproveitar essa carona”, diz.
Segundo André Diniz, diretor pró-tempore da escola de Santos Dumont, considerada a primeira do gênero no estado, a demanda de profissionais especializados no setor é grande, uma vez que vários investimentos estão previstos na ampliação de linhas, máquinas, vagões e novas tecnologias. “O edital do trem-bala (que ligará São Paulo ao Rio de Janeiro) acabou de ser aberto”, salientou.
Ainda de acordo com o diretor, são grandes as possibilidades de os alunos com formação ferroviária saírem do curso com o emprego garantido. “O mercado vai absorver. Existe uma demanda grande de mão de obra”, disse. O câmpus avançado Santos Dumont vai atuar na pesquisa, ensino e extensão e, além da parte educacional, o projeto prevê a instalação de uma incubadora de empresas focada no setor e de um centro de preservação da memória ferroviária. “Para Santos Dumont, significa o resgate de uma vocação”, assinalou.
O investimento inicial previsto para a instalação da unidade é de R$ 8 milhões nos dois primeiros dois anos. Cerca de R$ 4 milhões serão destinados a restauração dos prédios antigos, onde serão instalados os laboratórios de operação, manutenção e restauro. Outros R$ 2 milhões serão investidos na reforma e ampliação de salas de aula, biblioteca, anfiteatro e laboratórios. A manutenção anual varia de R$ 700 mil a R$ 1,4 milhão. O novo câmpus vai ocupar área onde funcionam o Centro Municipal de Educação Profissional de Santos Dumont (Cemep) e a antiga oficina da Rede Ferroviária Federal (RFFSA).
Para o presidente da ONG Movimento Nacional Amigos do Trem, Paulo Henrique do Nascimento, que denuncia o descaso com o patrimônio ferroviário desde 1997, o novo câmpus é também mais um passo para a valorização do transporte ferroviário de passageiros. “O Brasil está de volta aos trilhos”, comemorou.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Reativação da Ferrovia Príncipe do Grão-Pará


02/07/2010 - Revista Ferroviária

O projeto de reativação da Ferrovia Príncipe do Grão-Pará, que liga o Rio de Janeiro a Petrópolis, foi aprovado em primeira discussão na Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (ALERJ). E agora depende da aprovação do Governador Sérgio Cabral.

A Assembléia julgou relevante para o interesse turístico e econômico, que a ferrovia volte a funcionar.
“Reativar a ferrovia Grão-Pará e fazer a ligação Rio-Petrópolis, em 1 hora e 20 minutos, neste sentido, é fundamental e abrirá para Petrópolis e demais municípios da Região Serrana, a oportunidade de receber mais 600 mil turistas por ano, com emprego direto para mais de 2.000 pessoas. Com a revitalização da ferrovia, será retomado um dos mais belos passeios turísticos da Região Serrana, destacou o deputado João Pedro, autor do projeto.

A ferrovia que foi inaugurada em 1883, no império de Dom Pedro II, está desativada desde 1964, depois de 80 anos de uso. A malha ferroviária contava com cerca de 6 km de extensão, utilizava a técnica de cremalheira e atingia uma cota acima dos 800 metros no Alto da Serra.

O Projeto de Lei Nº 2736/2009 tramita na câmara dos deputados desde novembro de 2009 e, se aprovado pelo Governador, poderá aliviar os problemas com o trânsito nas estradas, dando mais força para o movimento pelo retorno do transporte ferroviário no país, tanto para o uso de passageiros, como para transporte de cargas, turismo e cultura.
Apesar da aprovação definitiva do projeto estar próxima, o deputado ainda recolhe assinaturas para reforçar a importância da medida. Outras informações podem ser obtidas no site Manifesto Livre.