sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Locomotiva poderá se tornar atração turística
Publicado: quinta-feira, 25 de agosto de 2011
A população tem acesso à locomotiva somente na Cantata de Natal


Por Giuliano Bonamim
 
A Prefeitura de Sorocaba estuda transformar em atração turística o acionamento quinzenal da locomotiva a vapor número 58. A máquina está abrigada na estação Paula Souza, próxima à avenida Dom Aguirre, e é um bem tombado pelo Conselho Municipal de Defesa do Patrimônio Histórico.

Segundo o secretário de Cultura de Sorocaba, Anderson Santos, a ideia tem sido discutida com o prefeito Vitor Lippi (PSDB) e também com a Secretaria da Cultura. Atualmente, a população tem acesso à locomotiva somente na Cantata de Natal realizada anualmente na antiga Estação Ferroviária de Sorocaba. Santos diz que o acionamento da máquina já é feito no período de 15 dias para mantê-la em condições de uso. "Isso é feito para não correr o risco de perder a caldeira, por exemplo", explica 

De acordo com o pesquisador de assuntos ferroviários Aparício Tarcitani, 72 anos, a locomotiva foi fabricada em 1891 e entrou em serviço somente em 1903. A máquina foi usada pela Estrada de Ferro Sorocabana (EFS) para o transporte de carga e, anos antes de ser aposentada, foi usada no ramal entre Boituva e Porto Feliz para transportar cana-de açúcar.
 
Preciosidade
 
A locomotiva é um exemplar do início da história da ferrovia em Sorocaba. Paralelamente, é um símbolo do início da industrialização da economia local, a partir do final do século 19. A máquina faz parte da primeira série de locomotivas fabricadas nos Estados Unidos pela empresa Baldwin Locomotive Works. Em 1968, com a inauguração do Museu Histórico Sorocabano, no Parque Zoológico Municipal Quinzinho de Barros, ela foi transferida para aquele local, transformando-se em ponto obrigatório de visitação. 

A locomotiva permaneceu exposta ao público até 1989, quando foi retirada do local para ser restaurada pelo engenheiro Lincoln Palaia Júnior. Depois, foi para Campinas e em seguida colocada na estação Paula Souza. A Estrada de Ferro Sorocabana (EFS) foi criada por empresários sorocabanos liderados pelo comerciante de algodão Luís Matheus Maylasky. O primeiro trecho da ferrovia foi inaugurado em 10 de julho de 1875.

Fonte: Portal Cruzeiro do Sul
 

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Ferrovia do século 19 vai voltar à ativa no Rio

04/08/2011 - O Estado de Sao Paulo

Para a revitalização dos trilhos, espera-se contar com o apoio da Ferrovia Centro-Atlântica, que administra o trecho.

Um trecho ferroviário do tricentenário "caminho novo" da Estrada Real deve ser reativado até o fim do ano em Paraíba do Sul, a 137 quilômetros do Rio, na divisa com Minas Gerais. Depois de seis anos parada, a maria-fumaça Baldwin, de 1910, voltará a percorrer 14 quilômetros de trilhos construídos no século 19 entre o centro da cidade e os distritos de Werneck e Cavaru.

Para comerciantes e moradores, é a esperança de retomada do turismo. Será o sexto trecho da Estrada Real a contar com viagens de trens turísticos no Brasil. Os outros estão em São Paulo, na Estrada de Ferro Campos de Jordão, ou em Minas - Trem das Águas, em São Lourenço, Serra da Mantiqueira, em Passa Quatro, da Vale, entre Ouro Preto e Mariana, e a maria-fumaça que faz o trecho São João Del Rey - Tiradentes.

"Quem sabe um dia não poderemos andar de trem novamente na Estrada Real? É um sonho de todos nós", conta o empresário Talis Lelis, vencedor da concorrência para concessão do trecho em Paraíba do Sul.

A reforma da maria-fumaça será custeada pelo governo do Estado: R$ 303 mil. Para a revitalização dos trilhos, Lelis espera contar com o apoio da Ferrovia Centro-Atlântica, que administra o trecho. "Com a volta do trem, esperamos impulsionar todo o turismo."

O comerciante Francisco Vilela Novaes há três décadas tem uma loja na frente da Estação Cavaru. Aos 51 anos, ele viu de perto as três tentativas anteriores (em 2003, 2004 e 2005) de colocar o trem em funcionamento. Na última, sob administração da prefeitura, o passeio durou quatro meses e foi encerrado em 1.º de maio de 2005. "Agora, criamos nova expectativa. É uma pena ver um caminho que já foi tão importante para o Brasil desativado."

Cada tentativa de reabertura foi documentada pelo historiador Luiz Carlos Coelho, de 66 anos, que de tão tradicional dá nome à galeria cultural da cidade, localizada na Estação Central. "Essa linha férrea é cheia de histórias. Em 1960, foi palco de um dos maiores assaltos do Brasil. Tião Medonho assaltou o "trem pagador" e levou 27,6 milhões de cruzeiros."

A história de Paraíba do Sul, com seus pouco mais de 41 mil habitantes, está ligada à da Estrada Real. Garcia Rodrigues Paes, filho do bandeirante Fernão Dias, chegou em 1681 à região que receberia o município. Ali, ele viu a possibilidade de abrir um novo caminho entre as minas de pedras preciosas em Minas Gerais e o porto do Rio. O chamado "caminho velho", entre Ouro Preto (então Villa Rica) e Paraty, era alvo de assaltantes, o que criou a necessidade de fazer uma nova rota.

Passeios. Segundo a Associação Brasileira de Operadores de Trens Turísticos, existem hoje no Brasil 32 passeios de trens e há projetos para a criação de pelo menos outros 20. Do total, 24 pertencem ao projeto Trem é Turismo, em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), que abrange 11 Estados. Entre os mais conhecidos estão o Trem do Corcovado, no Rio, o do Vinho, no Rio Grande do Sul, e o do Forró, em Pernambuco.

A Estrada Real por dentro

A construção da Estrada Real foi determinada no século 17 pela Coroa Portuguesa para fiscalizar a circulação de riquezas entre Minas Gerais e o litoral do Rio de Janeiro, de onde saíam os navios para Portugal. Atualmente, o complexo da Estrada Real conta com 1.600 km e compreende 177 cidades: 162 em Minas, oito no Rio de Janeiro e sete em São Paulo.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Trecho da Estrada Real será reativado

01/08/2011 - O Globo


O trecho do percurso da Estrada Real entre a estação central de Paraíba do Sul e a Estação Cavaru, no 4º distrito do município, no Sul Fluminense, será reativado. Uma locomotiva a vapor fabricada em 1910, com capacidade para 16 pessoas, fará o percurso. Este será o primeiro trem a vapor restaurado e em funcionamento no Rio.