terça-feira, 25 de maio de 2010

MP ameaça embargar retirada de trilhos



24/05/2010 - A Cidade

O promotor de Justiça Naul Felca ameaça impetrar ação civil pública caso a prefeitura não desista de retirar os trilhos da antiga estrada de ferro da Mogiana, no trecho entre o bairro Simioni e o prédio da Estação Barracão, no bairro Ipiranga, ambos na zona Norte de Ribeirão Preto. A declaração foi dada nesta segunda-feira, ao final de audiência pública promovida por integrantes do Ministério Público Estadual (MPE) e do Federal (MPF), para discutir a implantação do projeto turístico Trem Histórico.
A prefeitura já declarou interesse em retirar os trilhos e implementar, no caminho, um corredor exclusivo para ônibus. Porém, há projeto para implantação de um museu histórico do trem no Barracão e da reativação da linha, para preservar a memória das linhas férreas. Os participantes da audiência pública se mostraram favoráveis ao projeto.
Segundo Felca, a preocupação do MPE é a preservação do patrimônio histórico e cultural, o que motivou a promoção da audiência pública, na sede da promotoria.
O representante da ABPF (Associação Brasileira de Preservação Ferroviária), Geraldo Godoy, apresentou no encontro diversas ações da associação na restauração e ativação de linhas históricas pelo Brasil. Segundo ele, trajetos do tipo podem ser mantidos exclusivamente com a cobrança de ingressos.
A secretária da Cultura disse que ela e o de Turismo chegaram a questionar o governo quando souberam da possibilidade de retirada de parte dos trilhos da região.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Próxima estação: Petrópolis


24/5/2010
Jornal do Brasil

Rio de Janeiro e Petrópolis estão próximos de resgatar uma das malhas ferroviárias mais lendárias e bucólicas do Brasil: a Ferrovia Príncipe do Grão-Pará, a primeira do país, que será revitalizada ainda em prazo a ser definido. Interesse não falta.
   
Inaugurada em 19 de fevereiro de 1883, a via férrea que liga a Vila Inhomirim, em Magé, à Rua Tereza, em Petrópolis, está desativada desde 1964, privando adeptos do trem de um dos visuais mais bonitos entre a cidade e a serra.
   
A reinstalação se dará graças ao projeto de lei nº 2736/2009, do deputado estadual João Pedro Figueira (DEM-RJ). O texto foi aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia Legislativa como de relevante interesse turístico e econômico para o Rio. O custo estimado é de R$ 62 milhões.
   
- É um dos mais belos passeios turísticos do Brasil. Com a Copa de 2014 e a Olimpíada de 2016, a região receberá mais 600 mil turistas por ano, com empregos diretos para 2 mil pessoas - entusiasma-se João Pedro, presidente da Comissão de Turismo da Alerj.
   
A Secretaria Estadual de Transportes, que adquiriu 30 novas composições na China por US$ 9 milhões (R$ 162 milhões), é favorável à revitalização da ferrovia. Mas avisa ser inviável ceder novos trens para o trajeto.
   
- A prioridade é o transporte de trabalhadores, mas podemos ajudar com mão-de-obra especializada como fizemos em Macaé e Angra dos Reis - disse o secretário estadual de Transportes, Sebastião Rodrigues.
   
Duas etapas A extensão de toda ferrovia é de 55 quilômetros, sendo 49 da antiga Estrada de Ferro Mauá, que vai da Leopoldina à Vila Inhomirim - e que precisa ser recuperada - mais os seis do plano inclinado da Serra da Estrela até Petrópolis, que não tem sequer trilhos.
   
- O prefeito de Petrópolis é do PT, partido do Lula. O BNDES e os ministérios dos Transportes e do Turismo vão querer investir no projeto - entende João Pedro.
   
O prefeito de Petrópolis, Paulo Mustrangi, afirma que o município não tem como bancar o projeto.
   
- Precisamos de ajuda dos governos estadual e federal. Já tivemos contato com o Ministério do Turismo, que pediu a reavaliação do orçamento - disse Mustrangi.
   
Nos sites Manifesto Livre e Tudo é Turismo, abaixo-assinados virtuais com mais de mil adesões à revitalização da ferrovia foram encaminhados ao Gabinete Civil da Presidência da República, pleiteando a inclusão do projeto no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Os documentos relatam que, na década de 50, a malha ferroviária do Rio era de 3.800 quilômetros. Em 2003, restavam 1.250, ou seja, perda de 60% em trilhos.